Vereador que jogou dinheiro pela janela, diz ao Fantástico que recebeu ameaça pela denúncia que fez

O Maranhão voltou a figurar no programa Show da Vida, o Fantástico da Globo. O programa viajou até o Estado, e em São Luís conversou com o vereador da cidade de Cândido Mendes, interior do Maranhão, que jogou pela janela cerca de R$ 250 mil.

Em entrevista, o vereador Sababa Filho, do PCdoB, disse que o dinheiro veio de uma tentativa de suborno que envolvem o prefeito Facinho, do PL, e o empresário Adson Oliveira, para que ele renunciasse ao cargo, e assim o prefeito teria a maioria entre os vereadores da Câmara.

Segundo Sababa o dinheiro veio junto com uma carta de renúncia registrada em cartório.

Em um áudio, o empresário Adson sugere uma reunião para preparar a carta: “Vamos combinar um horário para ir fazer a documentação toda e providenciar os pagamentos”, diz ele na mensagem.

Dinheiro pela janela

Ainda de acordo com o vereador, a ideia de jogar o dinheiro pela janela foi para proteger a própria vida e tornar o caso público.

“A primeira coisa que vem: rapaz eu vou jogar esse dinheiro pela janela. Foi um ato de até de autodefesa naquele momento juntou a loucura com a coragem. Hoje, de certa forma, o que está me resguardando a minha própria vida é a proporção que isso tomou”.

O vereador Sababa também revelou que já entregou o seu celular ao Ministério Público do Maranhão, e que por razão de segurança, precisou deixar a cidade após suposta mensagem enviada com cunho ameaçador por meio de intermediário: “Não coloca tua vida e da tua mulher em risco”.

Disse ainda que não é ele que precisa provar “Não sou eu que tenho que provar de onde veio o dinheiro. Eu tenho que provar é quem me entregou o dinheiro. Quem tem que dizer da onde veio é eles que trouxeram dinheiro pra mim”, disse Sababa.

No Ministério Público, as investigações correm em sigilo. O procurador-geral Eduardo Nicolau disse em entrevista que o grande objetivo é provar a “licitude do dinheiro”.

“Nós não podemos dizer o que que nós temos a mais, porque senão essas provas podem ser desmanchadas o problema todo é a licitude do dinheiro. É isso que nós estamos provando, a ilicitude do ato do vereador em jogar um dinheiro que não era dele e que ele diz que foi dado pelo prefeito para que ele fosse renunciar ao cargo”, disse o procurador-geral, Eduardo Nicolau.

Em nota, o prefeito Facinho disse que jamais ofereceu dinheiro ao vereador Sababa, negou proximidade com os envolvidos na suposta negociação e chamou a acusação de “armação grotesca e desesperada” para angariar apoio.

Procurado pela reportagem, Adson Oliveira não retornou o contato.

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