Aumentam os conflitos em áreas quilombolas no Maranhão.

Os conflitos em áreas quilombolas têm aumentado nos últimos dias no município de Matões, a 464 km de São Luís. Há cinco dias quilombolas que estão acampados em protesto ao desmatamento e demolição de casas por grileiros na região. A MA-262 está interditada desde o último sábado (11).

Os quilombolas não querem ser identificados, pois temem as ameaças que vem sofrendo desde novembro de 2020. A cena de áreas desmatadas e casas jogadas embaixo é um retrato da violência que eles dizem ter sofrido nos últimos dias.

O conflito entre quilombolas e jagunços no município de Matões, que fica na região Leste do Maranhão, resultou na interdição de dois pontos da rodovia estadual. De um lado, uma comunidade que depois de ser atendida com a apreensão de tratores solicita a presença da Secretaria de Meio Ambiente do Estado. Do outro, jagunços também impedem o acesso à cidade.

As duas comunidades, Tanque da Rodagem e São João, somam uma média de 60 famílias. Pelo menos metade está desabrigada desde o início da invasão dos grileiros há mais de dois meses. Os moradores aguardam finalizar o processo de titulação das terras, que já tem cerca de oito anos, mas o problema é que a comunidade diz que nenhuma visita do Incra foi feita até, o momento, apesar da área já ser reconhecida como comunidade quilombola.

A superintendente de Proteção e Defesa do Direitos Humanos no Maranhão, Daniela Reis, conta que o Governo do Estado está realizando ações com o intuito de evitar novos conflitos. “É uma área que deveria ter sido regularizada pelo Incra, mas que por conta dessa depredação e paralisação das questões de regularização fundiária pelo Governo Federal ainda não foi regularizada. Então, o Governo do Estado tem trabalhado em ações de mediação e prevenção pra evitar conflitos”.

Segundo a comunidade, a área foi invadida por fazendeiros do ramo da soja que vieram do Paraná. Uma equipe da Secretaria de Igualdade Racial esteve no local. Além disso, a Pastoral da Terra, Ministério Público e Defensoria Pública também acompanham o caso.

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