Turilândia, 13ª cidade mais pobre do Brasil, enfrenta indicadores sociais que revelam um cenário de abandono. Segundo o IBGE, o PIB per capita do município foi de apenas R$ 8,8 mil em 2023. Em 2022, só 0,48% das residências tinham saneamento básico, e, em 2010, apenas 2,8% das vias públicas estavam urbanizadas.
A economia local também é frágil: em 2023, havia somente 915 postos formais de trabalho, enquanto 54% da população vivia com renda per capita inferior a meio salário mínimo (dados de 2010). Na saúde, o alerta é grave: a taxa de mortalidade infantil chegou a 19,8 por mil nascidos vivos em 2023, quase o dobro da média nacional.
Apesar desse cenário de extrema vulnerabilidade, Turilândia agora está no centro de um dos maiores escândalos políticos do Maranhão. O prefeito Paulo Curió é acusado pela Justiça de liderar um esquema que teria desviado R$ 56 milhões dos cofres públicos, com participação da esposa, da vice, de uma ex-vice-prefeita, de um contador e de 11 vereadores.
Os principais investigados — incluindo o prefeito, a esposa, a vice, a ex-vice e o contador — estão presos há quase uma semana no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, enquanto o município figura entre os mais pobres do país e carece do básico para sua população. Dos 11 vereadores, cinco estão com prisão domiciliar decretada, e o presidente da Câmara José Luís Araújo Diniz, assumiu interinamente o comando da cidade, mesmo utilizando tornozeleira eletrônica.
