A Câmara dos Deputados aprovou, nesta segunda-feira (16), por 346 votos a 97, o requerimento de urgência do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 314/2025, que revoga o decreto do governo federal que aumentou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
A aprovação esmagadora representa uma derrota direta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que articulou o aumento como forma de reforçar a arrecadação e evitar cortes no Orçamento de 2025.
Apesar dos oito partidos da base do governo, que votaram em peso a favor da urgência, o resultado, mostra a fragilidade na articulação política do governo, e manda de forma direta um ao Palácio do Planalto. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), chegou a liberar a bancada diante do cenário vexatório.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, ainda tentaram reverter o cenário, reuniram-se com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e líderes partidários no mesmo dia da votação, mas não obtiveram sucesso.
A proposta agora pode ser votada em plenário a qualquer momento, mas o governo tenta ganhar tempo, estendendo a discussão para depois do recesso de São João, e assim negociar alternativas, caso contrario o governo ameaça adotar medidas de contenção, a exemplo do bloqueio de emendas parlamentares.
Segundo Haddad, o aumento do imposto poderia render entre R$ 6 bilhões e R$ 7 bilhões em 2025.